No dia de S. Valentim, que não Loureiro, eis o raminho de flores que todos os namorados da bola esperavam, cortesia do You Tube: um célebre programa da mítica série “Golo, Golo, Golo”.
“Golo, Golo, Golo” assumiu proporções épicas naquela altura, época 1995/96, só comparáveis a outras séries de renome internacional como “Lost”, “House” e “Inspector Max”. Todavia, por uma infeliz e inexplicável casualidade, uma edição em DVD para coleccionadores com um poster da equipa do FC Felgueiras (que nessa época fez a sua única aparição no escalão máximo) ficou adiada sine die. Nem a RTP Memória sabe onde estão as fitas originais nesta altura.
Porém, houve uma alma caridosa que fez questão de disponibilizar esta relíquia no You Tube. Os mais maduros certamente embevecer-se-ão de nostalgia; os mais novos deverão ficar abismados com a interactividade RUDImentar deste talk-show de acção para guarda-redes.
Nesta instância, o guardião que se atreveu a desafiar a máquina, qual Schwarzenegger vs Predador num relvado sintético de primeira geração, foi Ivo, o Pagliuca de Moncarapacho e sombra de Peter Rufai, conforme bem sublinhado pelo apresentador Jorge Correia. A voz off de António Macedo, a energia contagiante dos South Side Boys e o ritmo braçal incessante de Stephanie & As Cheerleaders dos Pompons Coloridos eram ingredientes que conferiam um travo inconfundível a este prato kitsch-gourmet. Perante a frieza teclante de Walter, supostamente de Pinhel, Ivo apenas efectuou uma boa estirada, sem sucesso. Depois foi o vimaranense Zé Nuno que teclou, ou discou, duas vezes com sucesso. Ivo já estava a perder o sorriso, paralisado perante a eficácia assassina da máquina telefónica, pese embora os seus movimentos concentrados. Mas, por fim, lá fez uma defesa para gáudio do público, obtendo como prémio o merecido intervalo.
Na 2ª parte, um Fernando Tordo que foi confundido com Mendes, equipado a rigor com uma camisola da Bélgica – e que teve uma cantiga que se chamava “A Cantiga” –, não foi de modas e desfeiteou Ivo à primeira sem grande balanço. As restantes bolas, porém, não tiveram tanto sucesso e foram ter com os South Side. Depois de uma intervenção de um elemento da claque confuso entre a possibilidade de bater o seu ídolo ou ganhar uns cobres e de mais uma chamada, foi altura de fazer contas. No final, o bem-intencionado Ivo doou a considerável maquia de 99,76 euros a uma instituição de solidariedade.
Não deixem de visionar estes pedaços históricos de entretenimento televisivo. Incluindo a ironia do nome do responsável pela coreografia, revelado nos créditos finais: João Frango. Ou não fosse este um programa de guarda-redes.
6 comentários:
Esse programa era delicioso!
Lembro-me bem de o saudoso Miroslav Zidnjak ter deixado o programa semi-pendurado e de só ter aparecido para a 2ª parte. O que lhes valeu foi que o malogrado Damas estava por lá e tapou o buraco da 1ª parte.
E os gajos eram trafulhas com alguns guarda-redes: para alguns a máquina mexia-se freneticamente, para outros parecia estar cansada. Só assim é que o Veiga se tornou o recordista daquilo com umas 15 ou 16 defesas.
E o Zé Nuno que ligou para lá nesse vídeo é claramente o Zé Nuno Amaro, para humilhar o colega de posto.
Deixo-vos ainda com matéria-prima para um possível futuro post:
http://relvado.aeiou.pt/diversos/ayew-ex-sporting-ouviu-deus-agora-cura-pessoas-341261
O mítico professor Karamba pode-se finalmente aposentar.
Belíssimo contributo, caro anónimo.
Estas cheerleaders deixariam-me um bocado nervoso. Reparem na precisão e frieza daqueles movimentos repetidos. Cyber-cheerleaders?
"e o Ivo agarrou essa bolaaaaa".
Impagável.
o apresentador n é agora arbitro???
@ Vendetta: actualmente, Jorge Correia está na Antena 1 e é jornalista na área da saúde/ medicina.
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